A psoríase é uma doença inflamatória imunomediada. Isso significa que ela é causada pelo próprio organismo e tem início quando o sistema imunológico, que é a barreira de defesa contra doenças, se confunde e começa a atacar as células saudáveis do corpo. No caso da psoríase, isso ocorre na pele e as articulações.
De acordo com uma pesquisa feita pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), em 2017 1,31% dos brasileiros eram acometidos pela psoríase, que é mais comum nas regiões sul e sudeste. No mundo, cerca de 2% da população sofre com a doença, que atinge igualmente homens e mulheres e costuma manifestar os primeiros sintomas entre os 20 e 30 anos de idade. persistindo durante toda a vida, alternando entre os períodos em que os sintomas são mais severos ou mais leves.
A doença é multifatorial, ou seja, causada por uma série de fatores. A SBD informa que a principal causa é genética, uma vez que mais de 33% dos pacientes diagnosticados têm alguma outra pessoa da família que sofre com o problema. Fatores ambientais como estresse, frio, consumo de medicamentos como anti-inflamatórios e antidepressivos, infecções recorrentes, problemas relacionados ao sistema imunológico, além do fumo e consumo de álcool também podem ser decisivos para desencadear a doença.
Os sintomas mais comuns dessa enfermidade costumam ser: Placas avermelhadas que aparecem na pele, às vezes com a presença de bolhas de pus, que causam dor e coceira. O problema geralmente ocorre em área de maior impacto, como cotovelos, joelhos, couro cabeludo e na base das costas.
Mas não é apenas a pele e articulações que a doença ataca. Uma pesquisa feita na Universidade de São Paulo (USP) descobriu que mais de 50% dos portadores de psoríase correm risco de ter problemas no coração, pois têm mais chance de desenvolver problemas relacionados com a síndrome metabólica, como obesidade, hipertensão e hipercolesterolemia (colesterol alto).
A psoríase é uma doença que pode se manifestar de diversas maneiras. Segundo a SBD os tipos dela variam de acordo com a gravidade dos sintomas e com a área que a inflamação afeta.
Os tipos mais “leves” e comuns são a ungueal, que atinge a área das unhas das mãos e dos pés, a invertida, que afeta áreas úmidas do corpo, como virilha, axilas, próximo aos genitais e embaixo dos seios. Além dessas, existe a palmoplantar, que conforme pesquisa publicada na revista da SBD, afeta as palmas das mãos e dos pés.
A psoríase costuma aparecer em sintomas mais graves nos tipos pustulosa, onde se formam placas com pus e bastante dolorosas, a eritrodérmica, que pode atingir mais de 90% da superfície corporal e a artropática, também conhecida como artrite psoriásica, que atinge as articulações dos pés, mãos e até tornozelos e joelhos.
Como já foi mencionado anteriormente, a psoríase está relacionada com várias comorbidades, doenças relacionadas com a manifestação de uma outra, e pode trazer complicações sérias para a saúde dos portadores, como causar problemas no coração devido as já citadas síndromes metabólicas, que atingem mais da metade dos portadores acima de 50 anos e isso acontece porque as síndromes metabólicas possuem um mecanismo de ativação semelhante ao da psoríase, conforme pesquisa da USP.
Além de problemas cardíacos, a psoríase aumenta as chances de desenvolver depressão, por causa das manchas que o processo inflamatório deixa na pele, alguns tipos de câncer e até mesmo Doenças Inflamatórias Intestinais, que são mais frequentes em pessoas que já sofrem com psoríase.
A SBD explica que o tratamento varia entre os diferentes tipos e gravidade da psoríase. Segundo a sociedade, quando a doença se manifesta de maneira mais leve apenas manter a pele bem hidratada, evitar exposição ao sol e usar medicamentos tópicos, como pomadas e cremes, apenas em cima das lesões já pode fazer com que os sintomas desapareçam.
Nos casos onde os sintomas são mais intensos pode ser necessário realizar o tratamento com luz ultravioleta do tipo A, chamado de PUVA, ou do tipo B, conhecido como banda estreita. Esse tipo de tratamento é feito em cabines e combina o uso de medicamentos que aumentam a sensibilidade à luz.
Em casos mais graves da doença, pode ser necessário fazer o uso de medicamentos como metotrexato, acitretina e ciclosporina, seja por via oral ou injetável. Uma alternativa, quando nenhum dos tratamentos já citados surte efeito, é o uso dos chamados imunobiológicos. Esses são considerados seguros e agem impedindo o início do processo inflamatório. O Sistema Único de Saúde (SUS) aprovou o tratamento gratuíto com os imunobiológicos alimumabe, o secuquinumabe e o ustequinumabe. Existe ainda o etanercepte, que é recomendado para o uso em crianças após a falha da terapia convencional.
Texto de Tailane Paulino
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