A laqueadura é considerada um método contraceptivo definitivo. Mas será que há alguma chance de reversão?
Ter filhos é uma decisão importante e recebida com bastante expectativa pelo círculo social da mulher que decide engravidar. Por outro lado, a escolha voluntária de não ter filhos geralmente é vista com maus olhos, pois a mulher e a maternidade costumam ser consideradas como sinônimos.
Quem nunca ouviu a frase de que: quando a mulher se torna mãe, ela aprende a amar incondicionalmente. Acontece que a maternidade não é o sonho de todas as mulheres e elas não deveriam ter suas existências reduzidas apenas a terem filhos. Para evitar a gravidez, existe diversos métodos contraceptivos, desde comprimidos e medicamentos injetáveis, até cirurgias. Um dos procedimentos cirúrgicos chama-se laqueadura.
A laqueadura de trompas é um procedimento considerado de baixa complexidade realizado em mulheres que decidiram que não querem ter filhos. A cirurgia dura cerca de uma hora e consiste no corte das tubas uterinas, canais que ligam os ovários ao útero, funcionando como caminho para os óvulos. O canal recebe um corte e suas pontas são saturadas ou cauterizadas. O método alternativo para a cirurgia é a colocação de um anel ou grampo para obstruir a passagem dos óvulos pelos tubas.
Mesmo sendo simples, há algumas especificações sobre quem passar pelo procedimento cirúrgico. A Lei nº 9.263, de 12 de janeiro de 1996, que trata do planejamento familiar, aponta que apenas mulheres acima dos 25 anos ou com dois filhos podem realizar a laqueadura pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou por hospitais privados.
Se a mulher for casada, o marido precisa concordar e autorizar a realização do procedimento. O mesmo ocorre com a vasectomia, método contraceptivo para homens: se for casado, é necessário autorização da esposa para a realização do procedimento.
A mulher solteira também pode decidir não ter filhos, mas ocorre algumas barreiras que podem impedir ou dificultar esta decisão, uma delas é o preconceito contra a mulher que escolhe não engravidar. Espera-se que quando ela se casar irá mudar de ideia, mas isso é algo totalmente equivocado e ninguém deveria impor nenhum tipo de escolha ou decisão à mulher e seu próprio corpo.
Médicos indicam que a cirurgia de laqueadura não deve ser a primeira opção de método contraceptivos. Há diversas outras técnicas, entre elas o DIU, Dispositivo Intrauterino. Optar pela laqueadura é ter ciência que é um método com poucas chances de reversão podendo haver, no futuro, o arrependimento da mulher.
Por isso, ao optar por esse procedimento, a mulher passa a ser acompanhada por dois médicos por cerca de 2 meses até o momento da cirurgia. Neste acompanhamento verifica-se se é realmente isso que a mulher deseja e aponta-se todos os detalhes da cirurgia, evitando a realização em um momento de vulnerabilidade da mulher. Em alguns casos, é possível realizar o procedimento durante um parto cesariano.
A resposta é sim, mas alguns pontos que devem ser levados em consideração antes da reversão. As chances de voltar a engravidar, após desfazer a laqueadura, são de 5%, isso porque, quando é feito o procedimento, ocorre uma lesão celular nas tubas uterinas que pode impedir a passagem natural dos óvulos. Os canais são delicados e pequenos, quanto mais tarde for feita a reversão, menor será a possibilidade de engravidar de maneira natural, assim, o médico deve verificar como se encontra a estrutura das tubas antes de desfazer o procedimento.
Mas nada impede a mulher de realizar uma gestação com o método in vitro. Com esta técnica, o óvulo é inserido já fecundado no útero da mulher, não necessitando reverter a cirurgia nos canais.
Joseildo Henrique da Conceição
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